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Despertar Espiritual

O despertar espiritual se dá quando vamos além da mente racional e atingimos a mente intuitiva ou transcendental. Ela é trans-racional e não deve ser confundida com pré-racional.

Assim como há um desenvolvimento psicológico, que o levará a ter um ego maduro, forte e saudável, há um desenvolvimento espiritual que irá além desse ego, em direção à totalidade do ser, à sua essência transcendental, ao próprio espírito.

Existem estágios específicos de desenvolvimento relacionados a tal evento. Costuma-se, porém dividi-los basicamente em alma e espírito. Estudos mais aprofundados a cerca desse assunto nos conduzem a vários Estágios dentro desse grupo básico.

Ken Wilber faz uma síntese de variadas escolas (do ocidente e do oriente) e os define assim: estágio psíquico, estágio sutil, estágio causal e estágio não-dual. Psíquico e sutil estariam dentro do nível da alma e causal e não-dual dentro do nível do espírito, que na verdade não chega a ser um nível propriamente, mas a totalidade e origem de todos os outros níveis.

Entretanto, costuma-se dizer que estes estágios são, na verdade, estágios-estados. Porque além de serem Estágios, que se elevam acima dos Estágios convencionais do ego, são Estados, que podem aflorar a qualquer momento na consciência do indivíduo, mesmo ele estando nos estágios mais preliminares do desenvolvimento do ego.

Portanto, temos “experiências de pico” em qualquer desses Estados de consciência espirituais, estando em qualquer Estágio de desenvolvimento do ego. Por exemplo, podemos estar no nível de desenvolvimento mítico e termos uma experiência de pico de nível sutil. O resultado poderá ser: tenho a visão de um ser iluminado, sendo que este só poderia ser Jesus. Ou seja, a experiência de estado é genuinamente sutil, mas a interpretação dela estará diretamente vinculada ao meu estágio de desenvolvimento.

Outro aspecto importante que Ken Wilber ressalta é que, muitas vezes, confundimos experiências ou ideias pré-racionais com experiências ou ideias trans-racionais, simplesmente porque as duas não são racionais. Por exemplo, alguns arquétipos coletivos de Jung com arquétipos espirituais, fase inicial do ego infantil com totalidade do Self, energia com espírito.

Outros dois aspectos importantíssimos que precisam ser ressaltados quando o assunto é espiritualidade transpessoal é o universalismo e o não-dualismo: o universalismo faz frente ao exclusivismo religioso que coloca sempre a minha religião como certa e a do outro como errada, o não-dualismo faz frente ao dualismo religioso que coloca sempre a matéria, o corpo, a sociedade como maus em detrimento à pureza da alma, do espírito, de Deus.

 

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Entretanto, essa breve reflexão sobre o despertar espiritual reuniu apenas dois elementos da Teoria Integral: os Estados e os Estágios. Nos próximos textos falaremos dos outros componentes: Quadrantes, Linhas e Tipos.

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